Mudança e desabafo.

Rabiscado por Bianca Azulay , segunda-feira, 16 de maio de 2011 19:01

são 23h amanhã eu tenho aula, nem sei se vou postar, mas vamos lá.

Comecei esse blog meio de trás pra frente, talvez pareça que eu falo coisas legais por falar, mas não é bem assim. Tenho que superar algumas coisas, por isso irei escrever este post.

Mudança.

No ínicio, essa palavra me assustava, causava algum tipo de mal estar.. não sei.. mas mudar significa uma coisa, se arriscar. Sair da zona segura e ousar. Para isso é necessário coragem, ser segura de si.. um monte de coisa que eu ainda luto para ter/ser.

Por isso nunca gostei de mudanças.

Eu não tinha ideia que algum dia, o que eu achava a coisa mais segura do mundo, se desmoronasse. Eu achava que vivia em um prédio com boas bases, um bom fundamento.. não era bem assim.

Naquela época existia um 'pra sempre', uma constância que me deixaria bem, mesmo no meio da minha própria insegurança.

Nem digo do meu relacionamento desastroso, primeiro namorado e ingenuidades do gênero, mas algo que definitivamente me mexia muito e eu nem sabia, nem ligava...

Amizade.

Só fui descobrir quando uma grande amiga minha teve que se mudar.. me lembro bem, tava até voltando do sana, quando ela começa a chorar no carro.
Não derramei uma lágrima ali senão iria apenas piorar a situação. Fiz só o que pude, fiquei ao seu lado.

Também depois, senti a dor, voltei chorando.. aquela seria a última vez que nos veríamos em um bom intervalo de tempo.

Chegou o 2° semestre do 1° ano. Ela não estava mais na cadeira ao nosso lado, nosso grupo estava desfalcado.
Como se não bastasse, no 2° ano, duas pessoas do nosso grupo saíram
uma até voltou, mas bem diferente.

E então eu assistia o meu prédio desmoronando.

3° ano - 2° dia de aula

Senti um buraco enorme se abrindo sobre meus pés. Tudo que eu achava que fosse pra sempre não era. Tudo estava mudando de uma maneira que eu não conseguia acompanhar.

Dias se passaram ~

Não me sentia incluída na sala, não pertencia a grupo nenhum, não tinham amigos pra me colocar para cima, não sabia o que estudar e pior, não sabia onde aquilo iria parar.

Vi todos em seus grupos e eu desfalcada, sozinha.
Não aguentei, comecei a chorar no meio da sala. Saí.

Tentaram me animar, mas eu nem conseguia falar pra dizer o que estava acontecendo.
Acho que eu mesma não entendia.Por que as coisas pareciam tão grandes e insuportáveis para mim?

Adoeci.

E ia praticamente toda semana para o hospital.
Preocupei meus pais de uma forma que eu não queria mesmo, mas eu não conseguia evitar. Eu percebi depois que não importava o quanto eles ajudassem, era algo que tinha que partir de mim.
A força tinha que surgir de algum lugar que eu não conhecia.

Eu procurava incessantemente esse lugar porque eu não queria mais ser motivo de preocupação, tristeza ou qualquer coisa.

E eu não encontrava...

Não estudava e por isso me sentia um lixo, mas eu tinha coisas mais importantes pra fazer além de estudar. Tinha que me ajudar, me encontrar em algum lugar.

Me lembro que fiquei nessa o ano inteiro e minha gatinha sempre do meu lado quando eu começava a querer ir para o fundo do poço.

Me lembro bem, nessa confusão toda eu decidi que iria fazer física e não importava mais nada.
- mãe, pai.. eu já decidi, vou fazer física mesmo - disse, já temendo as discussões e os futuros choros que sempre tinha quando eu tocava nesse assunto.
- não minha filha, você ainda não tem certeza. - falou a minha mãe.
- eu estou mais certa do que nunca! Já procurei por todas as engenharias do mundo e odiei. Eu vou fazer e assumo todas as responsabilidade. Vocês não vão poder me impedir de colocar o que eu quero no SiSU e não quero mais saber! Não vou morrer de fome.
- mas você sabe que se desistir vão ser...
- eu não vou desistir.

Acho que depois dessa criei mais coragem, mas não foi o suficiente.

Passei por muitas dificuldades, mudanças... eu não acompanhava, tinha medo.Muito medo do que aquilo representava.

Me lembro que eu comecei a melhorar uma semana antes do enem e comecei a estudar qualquer coisa que me vinha na cabeça.
Não sei o que aconteceu, mas apesar de tudo consegui ficar entre as 4 primeiras colocações até o 3° dia, depois caí para 8ª e fiquei aí mesmo. Apesar de ter conseguido a menor média entre meus amigos, fiquei bem satisfeita. Quase como se estivessem falando "te dou mais essa chance"

Por isso eu adorei entrar na ufc, acho que quando coloquei meu pé lá no primeiro dia de aula eu senti como se eu estivesse me... sei lá.. purificando, mudando.
Dessa vez pra melhor, com mais força.

Eu via todos como uma nova oportunidade, começar do zero, de ser diferente e eu me aceitar do jeito que sou.

Acho que nesse último ano amadureci algo que eu conseguiria em muito tempo. Veio em boa hora, não se pode ser muito frágilzinha na física, sendo que, logicamente, eu ainda tenho recaídas. mas de uma outra forma, nada a ver com a anterior.

As portas estão tão abertas, um mundo tão cheio de possibilidades.. eu só quero abrir bem meus braços e agarrar todas possíveis. Porque agora é a hora de eu botar em prática tudo que eu aprendi.

Afinal, não importa o que seja, as coisas sempre acontecem da melhor forma possível para você.

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