Vibe da noite II

Rabiscado por Bianca Azulay , sexta-feira, 9 de setembro de 2011 20:52

Já são meia noite e meia e amanhã eu penso em ir no centro.. só não sei bem como, mas eu arranjo um jeito.

Não estou com sono, teclo do notebook em silêncio apenas esperando a hora de me cansar e finalmente ir dormir. Eu já deveria estar bem sonolenta, afinal, eu saí com o pessoal da faculdade e "batizei" o dinheiro. Sei lá.. acho que eu deveria estar cansada..

Eu me impressiono como a ísis consegue dormir tanto e tão bem, me lembro que antigamente eu tinha medo de dormir e nunca mais acordar e medo de que se apagassem todas as luzes eu não voltaria a enxergar. Nunca tive carinho pelo sono e pelo descanso por causa disso. Meus pais diziam "é tão bom dormir, recupera as energias!" e eu não acreditava... ou melhor, até acreditava, mas me sentia incomodada com a escuridão e o silêncio da noite.

É algo meio contraditório, desde quando eu me entendo como gente, eu gostava de astronomia e tudo que a envolvia, contudo, eu abominava a noite e sua quietude fúnebre. Dizia para meus pais deixarem a TV ligada, comprava abajur, fazia o que estava ao meu alcance para deixar a noite o mais parecido com o dia possível.
Teve uma vez que eu me acordei no meio da madrugada, lá no interior, minha avó me viu passeando pela casa e disse: "o que você tá fazendo uma hora dessas fora da rede?" e eu, nos meus seis/cinco anos, apenas respondi: "não tô com sono". Ela então me levou para fora de casa para ver o céu. Pegou duas cadeiras e botou no quintal seco. Eu mal conseguia subir naquele banco, então preferi ficar em pé. Olhei para o céu.
E lá eu via todas as estrelas possíveis que pudessem caber na abóbada celeste.Senti a noite me engolindo e me sufocando enquanto observava o infinito. Várias estrelas cadentes riscavam o céu, deixando a sua marca luminosa em minhas lembranças.
"Olha, outra ali!" - minha avó exclamava.
"Passou outra!" - eu dizia numa mistura de pavor e fascínio.

O tempo foi passando e eu me sentia cada vez mais sufocada pela escuridão. Podia haver morcegos, cobras, escorpiões, tudo... em baixo dos meus pés. Aqueles riscos de fogo poderiam cair em cima de mim ou da minha vó. Ou mesmo na casa.

"Já tá bom, vamos voltar."

Continuei com esse medo durante um bom tempo, melhorei e depois piorei ano passado,quando minhas crises começaram a aparecer apenas a noite (noctifobia) e depois eu dei por mim pensando "por que diabos eu quero ser astrônoma se toda noite eu me sinto mal"?


Atualmente eu já melhorei tanto que aprecio esses momentos que estamos apenas eu, a escuridão e o notebook apesar de que na maioria das vezes em que isso poderia ocorrer eu estou dormindo, menos agora.. pq né?hdoadsuhdas


Se bem que agora o sono chegou, escrevi aqui só pra ver se ele vinha logo e deu certo.


Depois eu escrevo mais sobre o "batismo" do meu dinheirinho da bolsa xDD

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